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Relações financeiras pouco desenvolvidas limitam reforço da cooperação entre a China e países de língua portuguesa As relações financeiras entre a China e os países de língua oficial portuguesa estão pouco desenvolvidas, o que tem limitado o aumento da cooperação, defendeu em Lisboa a conselheira económica da embaixada da China em Portugal. “As relações económicas entre a China e os países lusófonos ainda estão ao nível das trocas comerciais e investimentos bilaterais, estando as cooperações financeiras, nomeadamente as directas entre bancos, ainda relativamente atrasadas, o que limita o aumento da cooperação e impede o desenvolvimento rápido e sustentado da mesma”, disse Xia Xiaoling. A conselheira económica e comercial da embaixada da China, que falava em Lisboa num seminário sobre as relações entre a China e os países de língua portuguesa, lembrou que em 2007 Portugal e a China acordaram a criação de uma linha de crédito de 300 milhões para apoiar o aumento das exportações portuguesas para a China. “É uma cooperação financeira a nível governamental, mas também há muito a fazer a nível não-governamental sob a forma de uma cooperação mais flexível e com produtos mais diversificados”, acrescentou. Revelou que actualmente encontra-se em Portugal um grupo de trabalho do Banco de Desenvolvimento da China para falar com representantes de bancos portugueses e com eles estudar potenciais projectos bilaterais. Para Xia Xiaoling, as cooperações governamentais precisam também de ser “mais práticas e operacionais”. “As políticas devem ter em consideração não apenas as relações bilaterais entre a China e cada um dos países como também as políticas multilaterais entre a China e o conjunto dos países de língua portuguesa [...] para ter uma visão mais longa e ampla”, disse. No seminário, em que também marcou presença o embaixador da China em Portugal, Gao Kexiang, foi sublinhada a importância das relações económicas entre a China e os países de língua portuguesa, um mercado potencial de 250 milhões de pessoas, em todos os continentes, onde pontuam o Brasil, Angola e Moçambique. “Nos últimos anos, tem-se registado uma maior aproximação no relacionamento da China com Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste. Em 2008, o volume de comércio [...] atingiu 77 mil milhões de dólares”, disse Gao Kexiang. Recordando a Parceria Estratégica Global Sino-Portuguesa estabelecida em 2005, o diplomata adiantou que as “relações bilaterais têm progredido significativamente” e que hoje a China “já considera Portugal um parceiro estratégico de confiança dentro da União Europeia”. Gao Kexiang sublinhou o empenho da China no crescimento da “cooperação de benefício recíproco” com os países de língua portuguesa, destacando os “resultados satisfatórios” alcançados nas relações com o Brasil e as “bases sólidas de cooperação” que já foi possível estabelecer com Timor-Leste, apesar do relacionamento diplomático ser recente com este país. Neste contexto, o embaixador chinês valorizou o papel de Macau “como plataforma de cooperação económica e comercial” entre as duas partes. (macauhub)
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