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Cabo Verde 
CABO SUBMARINO LIGA LONDRES A YZERFONTEIN

Cabo Verde com banda larga dentro de um mês

Cidade da Praia, 09 mar (Lusa) - Cabo Verde vai ficar ligado à banda larga dentro de um mês, quando se operacionalizar o West African Cable System (WACS), o cabo submarino que conecta Londres a Yzerfontein (África do Sul).

O WACS (Sistema de Cabo Oeste Africano, em português) é de fibra ótica e liga o continente africano ao europeu, com uma ramificação para Cabo Verde, em que a principal empresa de telecomunicações, a CV Telecom, participada da Portugal Telecom, investiu 25 milhões de dólares (17,85 milhões de euros).

O investimento, disse à Agência Lusa António Pires, presidente do Conselho Executivo da CVTelecom, vai satisfazer o elevado crescimento do tráfego na Internet em Cabo Verde, ao mesmo tempo que garante a redundância dos sistemas existentes e melhora a conetividade entre a África e a Europa.

O cabo foi estendido ao longo de 14.530 quilómetros entre Londres e a Yzerfontein, próximo da Cidade do Cabo, com derivações a Portugal (estação terminal no Seixal), Canárias, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gana, Togo, Benim, Nigéria, Camarões, Congo, RDCongo, Angola (Luanda), Namíbia e África do Sul.

Inicialmente previsto para entrar em funcionamento em junho de 2011, o WACS viu alguns dos países que atravessa atrasarem-se nas obras locais, mas a administração do consórcio decidiu não aguardar mais e optou por pô-lo a funcionar nos Estados já devidamente preparados, como Cabo Verde, acrescentou António Pires.

Construído pela Alcatel Lucent, contando com a tecnologia "DWDM" - Multiplexagem por Divisão de Comprimento de Onda Densa -, o cabo tem quatro "pares fibras", uma capacidade inicial de 400 a 500 gigabits por segundo e orçou, na sua totalidade, em 650 milhões de dólares (464,3 milhões de euros).

Cabo Verde conta desde 2000 com a operação do cabo de fibra ótica incluído no projeto ATLANTIS 2, que, disse fonte da CVTelecom à Lusa, com o passar do tempo, se constatou ser insuficiente, surgindo a necessidade de reforçar a rede.

Os dados divulgados em agosto de 2011 pela Agência Nacional de Comunicações (ANAC) cabo-verdiana indicam que o telefone móvel tem uma taxa de penetração de 71 por cento (cerca de 380 mil clientes) e a Internet aumentou 67 por cento no primeiro semestre deste ano (cerca de 30 mil utilizadores).

A partir do início de abril, Cabo Verde terá mais de 1.500 quilómetros de fibra ótica, assente em moderna tecnologia IP e com ligações inter-ilhas, "uma rede de primeira classe", permitindo a banda larga em todas as ilhas, melhorando a "muito deficiente" rede fora da de Santiago, admitiu António Pires.

Desde 1996 até hoje, indicou, o investimento da CV Telecom atingiu os 163,2 milhões de euros, o que representa cerca de 12,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), a uma média anual de cerca de 1 por cento.

A CV Telecom tem como maior acionista a PT, com 40 por cento, seguida pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) cabo-verdiano, com 37 por cento, e da Sonangol Cabo Verde, com 5 por cento.