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Oceanos cada vez mais ácidos ameaçam vida marinha As emissões de dióxido de carbono estão a elevar a acidez dos mares e oceanos a um ritmo sem precedentes desde há 300 milhões de anos. Se este ritmo se mantiver, a vida marinha desaparece em poucas décadas, revela um estudo publicado na revista Science. A acidez marinha produz-se à medida que o dióxido de carbono emitido pela actividade humana, originada fundamentalmente pela queima de combustíveis fósseis, é absorvido pelos mares e oceanos. Um terço das emissões vai directamente para os oceanos e mares, que se tornam progressivamente tanto mais ácidos quanto mais frias são as suas águas. A acidez, que prejudica muitas formas de vida marinha, interfere sobretudo com o desenvolvimento das espécies com carapaça ou esqueleto de carbonato cálcico, como corais e moluscos. Para realizar a investigação, a equipa de cientistas dos Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Alemanha e Holanda, examinou centenas de estudos paleoceanográficos, incluindo de fósseis de sedimentos marinhos. Carles Pelejero, do Instituto de Ciências do Mar espanhol, adverte que a acidez dos oceanos já está a afectar algumas espécies de fitoplâncton próprias de altas latitudes, que são a base principal da dieta dos salmões e das baleias. Em declarações à agência Efe, o investigador afirma que “as águas de altas latitudes, como as do Oceano Glacial Árctico e Antárctico, que são muito frias e, por isso, muito ácidas e ricas em dióxido de carbono, atingirão, numa ou duas décadas, condições químicas que impedirão que os organismos com carapaça sobrevivam”. Actualmente, a zona mais afectada, segundo Carles Pelejero, é a costa oeste do Pacífico, onde os criadores de ostras observaram que a fertilidade e o crescimento dos moluscos estão cada vez piores.
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