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Países emergentes expandem negócios com os parceiros comerciais em África

A adesão da África do Sul, em 2011, ao grupo Brics, integrado pelo Brasil, Rússia, Índia e China, pode facilitar uma abertura comercial importante para os países do continente africano, de acordo com um artigo divulgado na quarta-feira pelo Instituto de Pesquisa Económica Aplicada do Brasil (IPEA).

De acordo com o texto “Brics e África: A Grande Incógnita”, de Gladys Lechini, “de momento, o desempenho dos outros países do Brics em África mostra uma situação de atrito e concorrência, pois, as nações africanas ainda não mostraram uma intenção mais aberta e condições de cooperar”.

O ponto favorável referido no artigo é o de haver no continente africano um quadro de redução substancial de conflitos regionais, além de bons índices de crescimento económico, principalmente devido às imensas reservas de recursos naturais, como petróleo, gás e minerais, o que é visto como um atractivo para os investimentos. Soma-se a isso a expansão da fronteira agrícola para novas áreas de cultivo, como é o arroz e o milho.

O continente africano cresceu em 2010 a uma taxa de 5,4 por cento e, em 2011, de 5,2 por cento. Pelas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2012 a expansão de África fica em 5,8 por cento. Isso torna o continente mais atraente para o mundo, podendo vislumbrar-se a possibilidade de novos negócios.
“Os países do Brics começam a chegar ao coniente africano para promover a sua própria estratégia africana”,segundo observou Gladys Lechini. “Eles são os principais investidores no continente africano, com mais de 60 mil milhões de dólares aplicados entre os anos 2003 e 2009. O comércio deles com África aumentou pelo menos oito vezes entre 2000 (21,9 mil milhões de dólares) e 2008 (164,6 mil milhões de dólares)”.

O estudo destaca que, durante a gestão de Lula da Silva foram tomadas medidas importante em relação aos Estados africanos, respondendo à crescente procura interna da população afrodescendente do Brasil, que significa a maior população de origem africana fordeste coninente.
Com isso, o comércio bilateral cresceu rapidamente, passando de 4,2 mil milhões de dólares, em 2000, para 20,5 mil milhões de dólares, no ano de 2010.


Os dez principais parceiros africanos do Brasil são o Egipto, África do Sul, Angola, Nigéria, Líbia, Gana, Tunísia, Senegal, Quénia e Camarões. A cooperação do Brasil com esses países africanos inclui áreas relacionadas com a agricultura tropical, energia e bioenergia, educação técnica, formação profissional, governo electrónico, saúde e medicina tropical, meio ambiente, biocombustíveis, transporte aéreo, turismo, justiça, cultura, direitos humanos e desporto.

O envolvimento do Brics em África é visto sob duas perspectivas, de acordo com referências citadas por Gladys Lechini.
“A perspectiva pessimista defende que os países do Brics desembarcaram no continente mascarados pelo neocolonialismo e a visão optimista ou benevolente considera que África tem uma oportunidade única para aproveitar o investimento do Brics, para alavancar o seu desenvolvimento, graças aos recursos minerais e naturais, principalmente energéticos, para continuar a alimentar o seu crescimento.
Segundo o artigo, isso pode ajudar no desenvolvimento do mercado consumidor africano, no desenvolvimento demográfico de África e na ascensão da classe média.

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