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Opinião | ||
«Um ano da China» “A soma dos investimentos chineses em África ultrapassa os fluxos financeiros individuais do Banco Mundial, dos EUA e da União Europeia” Os números do AEO provam que os prognósticos apocalípticos anunciados em 2009 pelos organismos internacionais sobre as economias africanas não se cumpriram. O FMI, o Banco Mundial e os principais bancos privados de crédito tinham previsto o colapso da região como consequência inevitável da paralisação do comércio mundial e dos fluxos financeiros para África. Era uma espécie de confirmação do afro-pessimismo baseado no fraco desempenho político, económico e social da década de 90, com fundamento na deterioração sistemática dos indicadores de governação, crescimento económico e qualidade de vida. Bastaria agora recordar que a instabilidade política e social dos últimos 50 anos nos deixou a herança de sete milhões de mortos e dez milhões de deslocados ou que 34 dos 48 países menos avançados do mundo são africanos, assim como 70% das vítimas da sida. Contra este panorama desolador observaram-se dois fenómenos surpreendentes. Um número crescente de nações africanas mais a China, Brasil, Índia, Coreia e Turquia decidiram remar contra a maré e apostar na esperança. O sinal mais forte veio da China, que buscando negócios para consolidar o seu próprio crescimento, deu o salto mais espetacular trazendo financiamento, empresas, trabalhadores e tecnologias. Atualmente, a soma dos investimentos chineses na região ultrapassa os fluxos financeiros individuais do Banco Mundial, dos EUA e da União Europeia.
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