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Brasil 
PAÍS TEM 67 MIL KMS DE RIOS

Brasil aposta forte nas hidrovias

O Ministério dos Transportes brasileiro trabalha num novo pacote de obras hidroviárias que, se realmente for concretizado, pode fazer com que a matriz logística do país passe a depender menos das rodovias e avance sobre o potencial pouco explorado de seus 63 mil quilómetros de rios. Um total de 27 projectos de eclusas considerados prioritários foi elencado pela pasta.

As obras estão diretamente associadas às barragens erguidas por usinas hidrelétricas, estejam em fase de estudo, em construção ou já em operação comercial. O pacote das eclusas foi a saída encontrada pelo ministério para evitar que rios considerados estratégicos para o transporte de cargas e pessoas sejam obstruídos por novas barragens e, assim, inviabilizem novas hidrovias.

A lista das eclusas envolve barragens ligadas a seis grandes rios do país: Araguaia, Parnaíba, Tapajós, Teles Pires, Tietê e Tocantins. Dos 27 projetos desenhados pelo ministério, nove são planejados para a estrutura de usinas que já estão em operação. É o caso, por exemplo, da hidrelétrica de Estreito, no rio Tocantins; de Barra Bonita, no Tietê; e de Boa Esperança, no Parnaíba.

Sempre houve muito desgaste entre o Ministério dos Transportes e o de Minas e Energia (MME) sobre quem bancaria o custo dessas obras, uma vez que a função do MME é explorar o recurso energético do rio, e não a sua vocação logística. Para pôr um ponto final na história, a pasta dos Transportes decidiu assumir a fatura. "Acabamos com essa discussão. Nós vamos assumir todo o ônus de custear as eclusas", diz Marcelo Perrupato, secretário de Política Nacional de Transportes do ministério.

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