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Abrandamento económico chinês vai ter consequências em África

A economia chinesa está a abrandar e isso poderá prejudicar o crescimento económico continente Africano. O aviso é do Banco Mundial (BM).

Apesar das eventuais consequências negativas, esse risco poderá ser transformado numa oportunidade para as economias emergentes da África, acreditam alguns representantes do BM.

O vice-presidente para África do Banco Mundial, Makhtar Diop (na foto), citado pelo VOA news, afirma que a sua instituição está a seguir atentamente as consequências do abrandamento económico chinês. A maior parte dos fornecedores da China são países africanos e neste momento a produção chinesa está a desacelerar.

Diop, antigo ministro da economia e finanças do Senegal, afirmou ainda à VOA que há dez anos atrás um abrandamento da economia chinesa não teria efeitos em África. Hoje a realidade é bem diferente e o impacto da China no crescimento económico africano destaca-se dos demais parceiros comerciais e financeiros.

Por exemplo, na primeira década do Século XXI, o investimento chinês em África ultrapassou o do Banco Mundial. Segundo um relatório da agência Fitch lançado em Janeiro, entre 2001 e 2010, os empréstimos da China - através do Banco de Exportação e Importação (Exim Bank) - ao continente foram de 67,2 mil milhões de dólares, enquanto os do Banco Mundial são estimados em 54,7 mil milhões.

O declínio da produção chinesa acontece na mesma altura em que a Europa atravessa uma crise de dívida soberana que está a ter um efeito dominó sobre vários dos seus países-membros.

O Director do Banco Mundial para a Etiópia, Guang Chen, também citado pela Voa, tem no entanto uma visão mais positiva. Para Chen, a crise europeia e o abrandamento económico chinês podem ser uma oportunidade para as economias africanas. Isto porque os fabricantes internacionais ao procurarem economizar dinheiro poderão voltar atenções para países mais pobres como a Etiópia.

"Trata-se ao mesmo tempo de um risco e de uma oportunidade na medida em que algumas das companhias que operam na China sentirão uma maior pressão para competir neste ambiente e poderão ter um incentivo para diversificar para regiões onde os custos sejam menos elevados", disse Chen ao VOA. Países como a Etiópia poderiam começar a explorar esse "tipo de diversificação de produtos" numa base industrial.

No entanto, para Diop, não há uma solução mágica para acabar com a baixa produtividade em muitos países africanos. Nas suas declarações, o senegalês afirmou ser necessária uma aposta maior na promoção da actividade agrícola no continente.

O vice-presidente do BM para África acredita, nesse sentido que será preciso criar um mecanismo que permita que os pequenos agricultores adoptem as novas tecnologias, assim como um sistema que os isole das oscilações dos mercados e que lhes permita correr riscos que levem a uma maior rentabilidade.

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