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Angola 

Economia angolana em exame

São conhecidos os balanços oficiais em termos de crescimento da economia angolana. Em 2011, de uma taxa projectada de 7,6% no início do ano, passou-se — depois de uma correcção a meio do ano — para 3,6% e as últimas estimativas dão conta de um valor efectivo de 3,1%. Para 2012, as previsões oficiais colocam a taxa real de variação do PIB em 9,8%, uma estimativa rodeada de uma elevada incerteza, tantos são os riscos de recessão económica mundial.

As quebras de crescimento do PIB ocorridas em 2009, 2010 e 2011 vão, seguramente, influenciar a taxa de crescimento futura — situada em cerca de 15% entre 2002 e 2008 —, mas continua a dispor-se de uma boa e segura margem de progressão. Portanto, em termos de crescimento do PIB o país está no rumo certo.

No entanto, é necessário sinalizar que o crescimento tem sido sectorialmente desigual, com o grande sector de enclave (petróleo) a dominar a estrutura económica e a capacidade de geração de receitas externas e fiscais. Um dos riscos reconhecidos a este tipo de desequilíbrio é o da “doença holandesa”, que em Angola se manifesta pela grande assimetria na distribuição do rendimento nacional e da riqueza associada — que pode enfraquecer a democracia — o que levanta a questão do desenvolvimento.

Estamos no rumo certo, neste importante e central item económico e social? Dito de outra maneira: a favor de quem tem revertido a diferença (significativa) entre as taxas de crescimento do PIB e as da população? Claro que as respostas são muito menos convergentes do que em relação ao crescimento. A situação prevalecente no país neste domínio é a de exclusão social da grande maioria da população. Esta exclusão tem vários rostos: desemprego; baixa condição de vida; difícil acesso a bens; e serviços públicos de educação, saúde, água, saneamento básico e habitação.

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