Governos acordam restrições ao comércio de cinco espécies de tubarão
A Convenção Internacional de Espécies Ameaçadas aprovou segunda-feira em Banguecoque a limitação do comércio de cinco espécies de tubarão, numa tentativa de salvá-las de serem mortas para a obtenção de barbatanas.
A 16.ª convenção das partes, realizada pelos 178 estados-membros da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e da Flora (em inglês, CITES), acordou hoje o controlo da exportação do tubarão-de-pontas-brancas, do tubarão-sardo e de três espécies de tubarões martelo (recortado, gigante e liso), mas ficaram aquém de uma proibição completa.
A medida, proposta pela União Europeia, com 93 votos a favor, 39 contra e oito abstenções, prevê a emissão de licenças de comércio, de forma a garantir a sustentabilidade destas quatro espécies, sob a pena de sanções da CITES.
Apesar de aceite, a norma foi alvo de contestação por parte do Japão e da China, onde a sopa de barbatana de tubarão é considerada uma iguaria, mas levada adiante por países como Brasil, Colômbia e Estados Unidos.
A decisão de acrescentar estas espécies ao apêndice dois do Cites, que restringe o comércio transfronteiriço, tem de ser formalmente aprovada pela sessão plenária da conferência no final da semana.
Depois da aprovação oficial, os estados-membros têm até 18 meses para introduzir os controlos comerciais.
Estas cinco espécies irão juntar-se a outras já protegidas, como o grande-tubarão-branco, o tubarão-baleia e tubarão-frade, que usufruem de fiscalização no comércio internacional.
No encontro de Banguecoque, que termina no dia 14, está também prevista a votação de propostas semelhante para a jamanta.
Segundo a Organização das Nações Unidos para Agricultura e Alimentação (FAO), cerca de 100 milhões de tubarões são mortos a cada ano, números que deixam os especialistas em alerta quanto às dezenas de espécies ameaçadas.
A FAO salientou ainda que 90% dos tubarões do mundo desapareceram nos últimos 100 anos, essencialmente devido à sobrepesca.
A CITES resulta de um acordo entre governos para garantir que o comércio internacional de espécies selvagens não compromete a sua sustentabilidade.
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