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Portugal 

Portugueses constroem canal do Panamá

"Apresentámos uma proposta, ganhámos, e lá estamos com uma equipa de 38 portugueses a traba­lhar numa subempreitada que te­rá um valor entre €12 milhões e €15 milhões." Com a maior simpli­cidade, José Torre da Silva, sócio da construtora Vilaplano, funda­da em Esposende, mostra-se "con­tente" com o negócio que conse­guiu conquistar no meio do gigan­tesco projeto de construção de um novo canal no Panamá. "Está tudo a correr bem. Os homens es­tão bem instalados. E as obras seguem o seu caminho diário sem grandes surpresas", adianta.

A Vilaplano é a única empresa portuguesa a trabalhar nas su-bempreitadas de construção do novo canal do Panamá. Para es­se efeito já constituiu uma socie­dade local, a Vilaplano Construcciones.

Tudo começou quando esta construtora de Esposende apre­sentou uma proposta para a su­bempreitada que foi lançada pa­ra construir o terceiro jogo de eclusas do novo canal do Pana­má - que está a ser construído ao lado do antigo canal.

O Grupo Unidos Por el Canal (GUPC), que integra empresas espanholas, belgas e italianas, selecionou uma empresa espe­cializada em betões. A Vilaplano apresentou uma proposta que o seu sócio, José Torre da Silva, considera realista, e ganhou. As obras decorrem perto do lago Gatún, muito próximas da cida­de de Cólon, do lado do Atlânti­co, no Mar das Caraíbas.

A Vilaplano terá de montar 150 mil metros cúbicos de cofragens - o que corresponderá à totalida­de das cofragens da subempreita­da - e deverá aplicar 300 mil me­tros cúbicos de betão armado, o que também implica um comple­xo projeto de escoramentos nu­ma parte do canal que é designa­da por lower chamber, na frente de obra do Atlântico.

Apesar da grande dimensão desta subempreitada, o contrato da Vilaplano abrange menos de 10% da totalidade das obras de betão armado, mas pressupõe a coordenação técnica na aplica­ção do betão.

Na recente visita que uma dele­gação da Câmara Municipal de Lisboa efetuou às obras do canal do Panamá - liderada pelo presidente António Costa, e que inte­grou igualmente a responsável da Administração do Porto de Lisboa, Marina Ferreira -, foram observados os trabalhos da subempreitada ganha pela Vila­plano. Mas José Torre da Silva diz que a entrada da sua empresa nas obras do Panamá não se vai ficar pelo canal.

"Há muitos projetos que vão ser lançados neste mercado e nós queremos aproveitar a quali­dade do trabalho que estamos a executar no canal para funcio­nar como mostra do que sabe­mos fazer", comenta. "Um dos projetos que mais nos interes­sam é o do metro, mas há várias pontes para as quais também ten­cionamos concorrer", diz.

No mesmo sentido, José Torre da Silva considera que as grandes obras que vão ser lançadas na Ar­gélia estão dentro da especializa­ção da Vilaplano e "por isso tam­bém passámos a acompanhar com muita atenção tudo o que se passa neste país", diz. As empre­sas deste sector "têm de agarrar as obras que aparecem em vários países", defende.

2013-03-29 11:05
J.F. Palma-Ferreira, Expresso