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Relações China e PLP devem ser abrangentes AS relações entre a China e os Países de Língua Portuguesa (PLP) não se devem confinar apenas num único país deste grupo de nações de expressão lusófona. A tese foi defendida em Macau pelo secretário executivo dos PLP, Murade Isaac Murargy, depois de participar numa mesa-redonda sobre a internacionalização da relação China, via Macau, e PLP, organizada na sequência da IV Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os PLP, vulgo Fórum Macau, que decorreu nesta região administrativa especial da China. Falando à imprensa moçambicana, Murargy disse que na mesa-redonda, em que também se analisou a importância de Macau como plataforma da China no desenvolvimento das relações económicas e empresariais com os PLP, Portugal capitalizou as suas empresas em detrimento do empresariado dos outros países desta organização, que praticamente é constituída pelas suas antigas colónias. “A minha abordagem sobre este aspecto foi de que a relação entre as partes é importante, mas ela não deve se confinar num único Estado membro dos PLP. Ela tem de ser mais envolvente para que também seja mais benéfica”, disse Murargy. Ele acrescentou que os outros países têm um forte potencial por pertencerem a outras organizações importantes, como é o caso da Comunidade de Desenvolvimento para a Africa Austral (SADC), no caso de Moçambique e Angola, a Mercosul, no caso do Brasil, entre outras. Segundo a fonte, o facto de muitos PLP pertencerem a outras zonas económicas pode trazer ‘mais-valia’ para a cooperação com a China, via Macau. Por outro lado, Murargy, moçambicano que lidera esta organização há pouco mais de um ano, disse defender a formação do capital humano nos países membros para que tenham capacidade de tomar posição em pé de igualdade nas parceiras e não em situação de inferioridade. “Temos o problema do capital humano. Não se pode desenvolver um país com altos índices de analfabetismo”. Ele garantiu que enquanto for secretário executivo desta organização priorizará a formação e que tudo fará para que haja um compromisso dos Estados membros em concretizar políticas nesta área. Quanto à importância do Português nas relações económicas com o mundo, Murargy defendeu que o mesmo deve se fazer sentir em todas as esferas da vida, incluindo a nível económico e empresarial e não apenas na cultura e comunicação lusófonas. Segundo a fonte, na mesa-redonda também falou-se da importância da língua portuguesa, o que ninguém contestou. Contudo, Murargy defendeu que esta língua deve ser vista em várias perspectivas, incluindo nos negócios. “Queremos a língua portuguesa também com perspectiva económica e não apenas nas relações culturais e no simples falar”. Na segunda-feira, um dia antes do início oficial do Fórum Macau, esta região foi palco de várias actividades afins, caso de um almoço de intercâmbio cultural por ocasião da semana, também cultural, da China e os PLP, que contou com actuação de diversos artistas convidados, caso do moçambicano Stewart Sukuma, que deliciou os presentes com a sua ‘Xitchuketa Marrabenta’. No mesmo dia os participantes juntaram-se para celebrar o 10º aniversário do estabelecimento do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os PLP. Nestas actividades, Moçambique fez-se representar por uma delegação chefiada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói, que se espera tome também parte na assinatura, à margem do Fórum, de acordos de concessão de um donativo e um empréstimo de 23 milhões de USD cada um destes dois entendimentos com a China. O empréstimo, sem juros, visa financiar a construção de residências para o pessoal médico chinês em Maputo, a capital moçambicana, e o donativo destina-se a suportar a reabilitação do Hospital Central da Beira, na província central de Sofala. (AIM)
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