Angola reforça combate à pirataria marítima com novos navios de fiscalização
Três novas embarcações de fiscalização pesqueira e investigação científica do ecossistema marinho em Angola entraram em funcionamento recentemente para melhorar a proteção das águas territoriais do país e reforçar o combate à pirataria marítima.
Os novos barcos entregues ao Ministério das Pescas foram inaugurados pelo vice-presidente da República, Manuel Vicente (na foto), no Porto Pesqueiro da Boavista, em Luanda, sendo dois para a fiscalização pesqueira e o outro para a investigação do ecossistema marinho.
Baptizados de "Nzinga Mbandi", "Ngola Kiluange" e "Pensador", os navios vão operar na Zona Económica Exclusiva (ZEE) de Angola e integram um sistema eficaz de fiscalização para prevenir a pesca desenfreada ou fora dos parâmetros regulamentados.
Com os novos meios, a frota de inspeção e vigilância marítima do Serviço Nacional de Fiscalização Pesqueira e da Aquicultura passa a ter 15 embarcações, que podem efetuar fiscalização até 200 milhas náuticas.
Os barcos vão controlar toda a ZEE do país, abrangendo as águas internacionais em concertação com países e organizações regionais de pescas, em particular da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
A ministra angolana das Pescas, Victória de Barros, explicou na ocasião que a aquisição do "Nzinga Mbandi" e do "Ngola Kiluange" se insere num amplo programa que visa assegurar a sustentabilidade da exploração dos recursos marinhos e pesqueiros de Angola.
"Isso só se alcança com o conhecimento adequado dos recursos, sua abundância, distribuição e comportamento, bem como dos respetivos ecossistemas", frisou.
Por sua vez, prosseguiu, o "Pensador" vai complementar o trabalho de investigação realizado até ao momento, direcionado para os recursos oceânicos, aumentando a capacidade nacional de investigação científica, pesqueira e marinha.
"A nível regional estamos aptos a participar mais em projetos de investigação científica no âmbito do ecossistema da Corrente de Benguela, a sul de Angola, e do ecossistema da Corrente do Golfo da Guiné, a norte", realçou Victória de Barros.
Segundo a governante, as novas embarcações são de "valências ímpares" no domínio da busca e salvamento que, aliadas ao sistema de monitorização via satélite, já instalado, e aos demais centros regionais de fiscalização construídos em Cabinda e Soyo (norte), Porto Amboim e Benguela (centro) e Namibe (sul), reforçam o Sistema Nacional de Fiscalização de Pescas.
As novas embarcações são de casco de aço e cada uma tem 62 metros de cumprimento, com uma autonomia de três mil milhas náuticas e uma velocidade de 17 nós, e podem levar a bordo 45 tripulantes mais 12 sobreviventes, nos casos de salvamento.
Dotados de equipamento de alta tecnologia, por via satélite, os barcos contam com motores MTU de fabrico alemão, com uma potência de 3.110 HP (Cavalos vapor), e dispõem de sistemas de extinção de incêndio e recolha de homens no mar, enfermaria, ginásio e morgue.
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Data: 2014-05-06