Portugal e Moçambique assinam memorando no âmbito do transporte marítimo e portuário
Portugal e Moçambique assinaram terça-feira um memorando de entendimento no âmbito do transporte marítimo e portuário, tendo em perspectiva a "alavancagem de investimentos"e o "fortalecimento de relações bilaterais", indicaram à Lusa governantes de ambos os países.
O documento foi assinado em Matosinhos, distrito do Porto, após uma visita ao porto de Leixões, na qual participaram a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino (na foto), e o ministro dos Transportes e Comunicações da República de Moçambique, Carlos Fortes Mesquita.
A ministra do Mar frisou que esta parceria poderá traduzir-se em áreas como a formação, considerando-a como "base" e "não como questão secundária" e falou em soluções tecnológicas que "podem ser objeto de partilha", enumerando a janela única portuária, a janela única logística e sistema de tráfego marítimo costeiro (VTS).
"Qualquer destes países, naquilo que tiver mais avançado, pode partilhar com o outro", sintetizou Ana Paula Vitorino.
Já Carlos Fortes Mesquita apontou que Moçambique "tem uma posição geográfica extremamente estratégica" nos transportes e logística particularmente para países como o Zimbabué, o Maláui e a República da Zâmbia, República do Congo e o nordeste da África do Sul.
"Moçambique está num processo de desenvolvimento económico e social extremamente apetecível para parcerias com o setor privado e para relações bilaterais com os países amigos e irmãos", lembrou ainda o governante moçambicano.
Falando do programa de desenvolvimento que marca atualmente o norte do país no que concerne aos hidrocarbonetos, realçou que "muito brevemente Moçambique vai posicionar-se como um dos grandes exportadores do gás e do LNG (Gás natural liquefeito) para além de produtos derivados como o diesel e produção de fertilizantes".
"Dentro dessa macroeconomia é preciso termos capital humano como garantia da fluidez do posicionamento de tecnologia e informação. Ficamos extremamente surpreendidos pelo nível de execução de uma série de plataformas logísticas que se adaptam perfeitamente aos nossos portos embora os operadores portuários dos principais portos de Moçambique sejam essencialmente privados mas acreditamos que haverá espaço para integrabilidade com vantagens mútuas", disse Carlos Fortes Mesquita.
Nas declarações à agência Lusa, os governantes convergiram na importância do reforço das relações bilaterais, lembrando a longa tradição e história comum de Portugal e Moçambique.
"É extremamente importante que se mantenha uma ligação forte com base na lusofonia que pode ser motor de desenvolvimento social e económico. Temos uma história e uma cultura em comum. Se nós partilharmos experiências, chegamos mais facilmente a boas soluções", referiu Ana Paula Vitorino.
A reunião no porto de Leixões, estrutura gerida pela da APDL - Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, incluiu visita ao Centro de Coordenação de Navios, aos terminais portuários e plataforma logística, bem como ao Terminal de Cruzeiros, infraestrutura inaugurada em julho de 2015.
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Data: 2017-06-28