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Projectos portuários africanos com futuro incerto


Segundo a Drewry, citada por meios de comunicação, alguns projectos portuários de raiz na costa ocidental africana correm o risco de perderem interesse para as grandes operadoras, face a novas estratégias comerciais.

Vários projectos portuários da África Ocidental enfrentam um futuro incerto face à mudança de natureza e localização dos hubs de transhipment que servem o mercado dos portos daquela região, refere o World Matitime News, com base em dados da consultora Drewry. A longo prazo, projectos de novos grandes portos “farão sentido, mas é improvável que todas as propostas tenham êxito”, considera a Drewry, citada pelo jornal.

Vários exemplos dessa incerteza são referidos, designadamente por terem sido afectados pelo declínio no tráfego de contentores na Nigéria ao longo dos últimos dois anos. O jornal refere que a actividade regional global sofreu um forte impacto negativo, em particular nas economias dependentes do petróleo, como Angola e Nigéria, que registaram quedas de 50% e 30%, respectivamente, desde 2014.

O projecto para o porto de Lekki, na Nigéria, que deveria estar operacional em 2016, com apoio da CMA CGM e da International Container Terminal Services, Inc. (ICTSI), é um deles. Atrasos na execução foram alegados pela ICTSI para abandoar o projecto e é provável que a CMA CGM siga o mesmo caminho, considera a Drewry.

Igualmente na Nigéria, o projecto do porto de Badagry, apoiado pela APM Terminals, do Grupo A.P. Moller – Maersk, e pela Terminal Investment Limited (TIL), da MSC, tem tido pouca evolução, segundo o jornal. O que não surpreende, pois a APM Terminals reviu a sua estratégia, agora mais orientada para a optimização dos activos existentes do que para projectos de raiz.

O jornal, no entanto, recorda o progresso do hub da TIL em Lomé, no Togo, que abriu em 2014 e movimentou mais de 500 mil TEU em 2016. Recorda também que a MSC assinou recentemente uma concessão a 35 anos para o porto de São Pedro com o Governo da Costa do Marfim, visando modernizar e explorar o seu terminal de contentores. Considerando que a MSC espera que esses melhoramentos permitam o uso do terminal por navios com capacidade até 14 mil TEU e que o porto de Abidjan, também na Costa do Marfim, consolidou-se como hub, tudo indica que a MSC não vai atribuir o estatuto de hub regional somente ao porto de São Pedro.

De acordo com o jornal, as linhas de transporte marítimo de carga servem o mercado da África Ocidental de várias formas. Os portos do Mediterrâneo Ocidental estão consolidados como hubs, servindo a costa ocidental africana a partir do exterior. Por outro lado, as companhias recorrem aos grandes hubs da região para serviços deep sea (longa distância), a partir dos quais alimentam os portos mais pequenos.

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