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Redução do enxofre nos combustíveis marinhos tem um efeito perverso


Os combustíveis marinhos mais limpos que as novas regras internacionais imporão a partir de 2020 e que a indústria do transporte marítimo se prepara para adoptar representarão benefícios para a saúde pública, mas não serão necessariamente vantajosos para o ambiente, concluiu um estudo recente da Universidade de Delaware, os Estados Unidos.

Tal como tem vindo a ser amplamente divulgado e já está previsto, a partir de 2020, a Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla inglesa) vai implementar a obrigação de uso de combustíveis marinhos com um teor de enxofre não superior a 0,5%. Essa medida vai representar inegáveis benefícios em termos de saúde pública, na medida em que reduz a poluição atmosférica.

No que ao transporte marítimo diz respeito, a poluição atmosférica que provoca incide essencialmente nas áreas com maior tráfego marítimo e próximo de comunidades mais densamente povoadas, designadamente, a China, Singapura, Panamá, Brasil e linhas costeiras da Ásia, África e América do Sul.

No trabalho da Universidade do Delaware, adianta-se que a mudança nos combustíveis marinhos significará uma redução para metade dos casos de asma infantil que lhe estão associados. E que a poluição atmosférica provocada pelos navios contribui para 400 mil mortes prematuras associadas ao cancro do pulmão e a doenças cardiovasculares, que poderão ser reduzidas em um terço com a adopção dos novos combustíveis.

O que o estudo vem também dizer é que estes benefícios têm um reverso. Conforme ali se explica, as emissões de dióxido de enxofre dos navios criam pequenas partículas, que reflectem a luz solar e ajudam a formar nuvens mais brilhantes, criando um efeito global que diminui temporariamente os efeitos do C02 no aquecimento global. Sem as emissões de enxofre e respectivas partículas, perde-se essa redução temporária do efeito de estufa e o seu contributo para a diminuição do aquecimento global.

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Data: 2018-02-08

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