Um cisne pré-histórico navegava pelos mares com um berço às costas
Investigadores descobriram uma espécie de cisne que vagueava pelos mares e carregava as suas crias às costas, como uma espécie de berço.
Os cientistas Hiroshige Matsuoka, da Universidade de Quioto, e Yoshikazu Hasegawa, do Museu Gunma de História Natural, analisaram ossos fossilizados, com mais de 11 milhões de anos, encontrados em 1995 e 2000, no rio Kabura e Usui, respetivamente.
O osso fossilizado encontrado em 2000 era de um novo género e espécie, apelidado de Annakacygna hajimei. Já o osso encontrado em 1995 era de uma segunda nova espécie maior, Annakacygna yoshiiensis. Ambos diferem dos cisnes modernos, já que não voavam e habitavam os mares.
Os investigadores nipónicos notaram que o A. hajimei tinha o tamanho de um cisne negro moderno (Cygnus atratus). Por outro lado, o A. yoshiiensis era cerca de 30% maior, com um tamanho semelhante à maior espécie de cisne da América do Norte — Cygnus buccinator.
O A. yoshiiensis tinha também características semelhantes a outras aves aquáticas, incluindo um bico de pato e as patas de um mergulhão, escreve a revista New Scientist.
As asas pequenas destes cisnes intrigou os cientistas. Os ossos possuíam traços físicos de músculos altamente desenvolvidos que, nos cisnes de hoje, só são acionados ao dobrar as asas.
Os músculos e articulações da asa, quando combinadas com a cauda flexível e musculosa arqueada para cima, também podem ter servido de berço para transportar as suas crias.
“O facto de tal animal ter existido é a maior surpresa”, diz Matsuoka, citado pela New Scientist.
Data: 2022-05-14