FENÓMENO DECORRE HÁ MESES
Centenas de aves e golfinhos mortos na costa preocupam Peru
O governo peruano aconselhou os cidadãos e os visitantes do país a ficarem longe das suas praias, onde nas últimas semanas deram à costa 1200 aves mortas. São sobretudo pelicanos e o caso está a preocupar particularmente as autoridades porque, antes das aves, se verificou fenómeno idêntico com golfinhos, ao longo dos últimos meses. Já se contam cerca de 800.
A causa da morte destes animais ainda é desconhecida, o que levou os técnicos que estão a limpar as praias a usar máscaras, luvas e todo o equipamento utilizado nos casos em que se teme qualquer tipo de contaminação. O Ministério da Saúde peruano, que lançou o alerta sanitário, informou que a possibilidade de tratar-se de gripe das aves já foi excluída.
Os testes preliminares aos pelicanos que apareceram mortos apontaram malnutrição como causa, segundo o Ministério da Agricultura peruano. No entanto, até haver certezas sobre o que está a provocar o aparecimento de animais mortos na costa – e a relação entre as aves e os golfinhos mortos –, o Governo aconselha cuidados redobrados.
A época alta do turismo no Peru já acabou, mas as ondas do Pacífico continuam a ser atractivas para alguns surfistas. O alerta sanitário não os impede de entrar na água, uma vez que o Executivo evitou impor a proibição de utilização das praias. Trata-se apenas de uma aviso à população para que “se abstenha” de ir até à costa.
Em 1997, o Peru viveu um fenómeno parecido, com grandes quantidades de pelicanos a darem mortos à costa. Na altura, a culpa foi atribuída ao El Niño, que alterando os padrões climáticos daquela zona tinha levado à redução da disponibilidade de anchovas, alimento destas aves.
A primeira hipótese equacionada pelos especialistas é mesmo essa. “Partimos da hipótese de que [o número elevado de mortes] se deve ao facto de as aves serem jovens e incapazes de encontrar comida suficiente, e também devido à subida da temperatura do mar, o que levou as anchovas a migrar para outro local”, disse o vice-ministro da Agricultura, Juan Rheineck, citado pela Reuters.
Data: 2012-05-08
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