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ANGOLA

E se a 
sua casa 
fosse um contentor?


Quem percorre as ruas de Luanda, em particular junto da zona portuária, apercebe-se da grande quantidade de contentores marítimos abandonados. A explicação é simples. Angola ainda importa muitas mercadorias por contentor e estes não regressam aos seus países de origem.

Uma empresa angolana, a Container Solution, transformou este problema numa oportunidade de negócio. Desde 2006 que se dedica à construção de casas feitas a partir de contentores marítimos. As vantagens são evidentes. Dadas as suas características modulares e geométricas (há apenas dois tipos universais de contentores: os de 20 e os de 40 pés), a construção de casas parece uma brincadeira com peças de lego gigantes. É que os contentores podem juntar-se em extensão ou em altura (para fazer mais divisões ou vários pisos) e podem ser cortados e aproveitados para anexos.

Além dessa versatilidade há a vantagem óbvia do preço. Segundo Romualdo Lucena, director da Container Solution, um escritório com casa de banho e ar condicionado fica a 850 dólares por metro quadrado, um valor mais barato do que a construção tradicional (cujo custo ronda os 1400 a 1500 dólares por metro quadrado). Acrescem ainda a rapidez de execução (de uma semana a dez dias) e a mobilidade. “É uma solução ideal para habitações temporárias, pois o contentor pode ser facilmente transportado para outro local”, justifica. Por fim, é também uma forma de construção mais sustentável e amiga do ambiente. “Estamos a reciclar um material cujo destino mais certo seria a sucata ou até o abandono de forma irresponsável”, argumenta.

A ideia não é propriamente nova. As construções sustentáveis são a palavra de ordem no mundo da arquitectura e do design. Por todo o planeta multiplicam-se as soluções criativas e inovadoras de reciclagem de contentores (muitas têm sido premiadas em concursos internacionais como o Sustainable Design Awards). Nas imagens acima, vemos algumas dessas propostas desde moradias a quiosques até às grandes lojas (como a Puma Container Store). Em Angola, os contentores também têm sido utilizados para diversas soluções desde balneários, escritórios, cafetarias, estaleiros, armazéns, caravanas, portarias e casas para os seguranças até, claro, para moradias ou lojas comerciais. O principal cliente têm sido as construtoras, e entre elas, a Odebrecht.

Um dos receios dos clientes é o de que o interior dos contentores seja demasiado quente. Romualdo Lucena esclarece, no entanto, que eles são revestidos a lã de rocha, um material importado, que permite a absorção do calor e do ruído e reduz a conta da energia.

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Data: 2012-05-11

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