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CABO VERDE

Sector das Pescas representa 80 por cento do total das exportações nacionais


O sector das pescas representa já 80 por cento do total das exportações de bens e serviços, representando entre 7 a 10 por cento do PIB, afirmou o secretário de Estado das Pescas.

Adalberto Vieira (na foto), que participou, no Parlamento, à interpelação da oposição ao Governo sobre as políticas para o sector, indicou também que os ganhos com o aumento da eficácia nas Pescas tem permitido diminuir o défice da balança de pagamentos de Cabo Verde.

"Actualmente, o sector das Pescas contribui com mais de 80 por cento das exportações de bens e serviços de Cabo Verde, o que representa entre 7 a 10 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), (era de 1 por cento antes de 2000), e emprega mais de 10.000 pessoas", sintetizou à Lusa, no final da interpelação.

Segundo Adalberto Vieira, em 2012, Cabo Verde exportou cerca de 14 mil toneladas de pescado, contra as 344 toneladas há cerca de uma década, o que representa cerca de quatro milhões de contos (36,27 milhões de euros).

"Perspectivamos, no curto e médio prazos, aumentar substancialmente esse número. É um sector que tem vindo a crescer de forma sustentada, que tem ido ao encontro dos desafios que persistem e da estratégia que foi definida pelo Governo para as Pescas, no quadro da materialização do “Cluster do Mar”, acrescentou.

Refutando as críticas do Movimento para a Democracia, que agendou a interpelação ao executivo de José Maria Neves, o governante admitiu, porém, que há ainda muitos desafios pela frente.

"O desafio é continuarmos a propiciar as condições para que o sector das Pescas cresça num mundo cada vez mais globalizado, em que importa dar respostas locais a desafios globais. Temos de continuar a trabalhar para promovermos os nossos produtos, aceder a novos mercados e aumentar continuamente as exportações, para mantermos as nossas vantagens competitivas em relação a outras paragens", sustentou.

Na interpelação, o MpD acusou o Governo de não ter uma política de incentivos nas áreas industrial e semi-industrial das Pescas e de não ter uma outra, integrada, para o próprio sector.

"Não há política integrada para as pescas, não há visão, os agentes de pesca desmotivam-se e largam o ramo, quando na verdade o produto pescado é vendável a 100%", criticou Eva Marques, deputada do MpD.

Segundo Eva Marques, a pesca artesanal ou semi-industrial não consegue garantir a captura nacional, "o que por si só mostra a fraqueza do sector e a falta de investimentos e política económica do Governo", inviabilizando o abastecimento nacional e internacional, cuja demanda ultrapassa em 1.000% a capacidade de captura.

"O Governo falhou na oportunidade de explorar o potencial dos recursos marinhos e de aumentar a capacidade de emprego do sector", sublinhou Eva Marques.

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Data: 2013-03-26

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