Início > Artigo > NORTE para cima? NORTE para baixo?



POLÉMICAS EM TORNO DA CINEMÁTICA DOS MAPAS

NORTE para cima? NORTE para baixo?


"Mapas são representações/descrições do espaço. Portanto, representações não são absolutas! Dependem de onde se está observando o espaço (do ponto de vista da cinemática), assim como do contexto sócio-cultural de quem está fazendo a descrição!" - defende Sérgio Lima.

O conceito mais importante aqui é que numa Terra quase esférica, o “em cima” e o “em baixo” dependem do observador! Portanto, a escolha do Norte Geográfico para cima ou do Sul Geográfico para cima num mapa é relativa. Não faz muito sentido, cinematicamente falando, se adoptar uma convenção, qualquer que seja ela.
Ademais, para todos os efeitos práticos, na hora de se utilizar um mapa você deverá ajustar o Sul (ou norte, ou leste ou oeste) do mapa com o Sul (ou norte, ou leste ou oeste) geográfico local, que deve ser determinado astronomicamente ou aproximadamente por meio de uma bússola magnética.

A ideia eurocentrista da Europa no Centro e na parte superior dos mapas não passa de uma visão do colonizador. Como os primeiros professores no Brasil foram os padres jesuítas, ele ensinaram a visão européia do mundo. E como essa visão vem sendo ensinada (acriticamente) ao longo dos anos, muita gente (inclusive professores!) acredita que o Norte Geográfico é absolutamente pra cima.

Como as imagens de satélites são processadas e disponibilizadas por estadunidenses e europeus, a representação da Terra que se veicula é sempre aquela de observadores no Hemisfério Norte, reforçando novamente a idéia falsa de que o Norte Geográfico está orientando absolutamente para cima!
O grande geógrafo brasileiro Milton Santos está corretíssimo ao enunciar a frase que abre este texto:
“pensar o mundo não é mais um privilégio europeu e a reelaboração do mapa do planeta é uma forma de libertação do colonialismo”.

fonte

VEJA TAMBÉM "MAPAS E MUNDOS"

LEIA AINDA: "Virando o mundo de cabeça para"

 




Data: 2012-03-31

Artigos relacionados:

  • A evolução da cartografia
  • Mapa Múndi Suleado
  • Cartografia e educação cartográfica
  • A Grande História dos Mapas
  • Supercontinente Amásia deverá formar-se junto ao Pólo Norte
  • Do oceano dos clássicos aos mares dos impérios
  • Carta da Ilha de S. Tomé | 1922

  •  Vídeo

    Sobrevoando a Restinga e a cidade do Lobito (Angola)

     XIII Congresso da APLOP | Ireneu Camacho | ENAPOR – Portos de Cabo Verde

     XIII Congresso da APLOP | Eneida Gomes | ENAPOR – Portos de Cabo Verde

     XIII Congresso da APLOP | Joaquim Gonçalves | APDL

     XIII Congresso da APLOP | Ricardo Roque | A Marca APLOP – Novos Caminhos

     XIII Congresso da APLOP | António Santos | Estudo de Mercado dos Portos dos PALOP

     XIII Congresso da APLOP | Dinis Manuel Alves

     XIII Congresso da APLOP | Segundo período de debate

     XIII Congresso da APLOP | Debate

     XIII Congresso da APLOP | Apresentação do Painel 1

     Encerramento do XIII Congresso da APLOP

     XIII Congresso da APLOP | José Renato Ribas Fialho | ANTAQ

     XIII Congresso da APLOP | Cerimónia de Abertura | Ireneu Camacho

     XIII Congresso da APLOP | José Luís Cacho

     XIII Congresso da APLOP | Massoxi Bernardo | Porto de Luanda

     XIII Congresso da APLOP | Francisco Martins | Porto de Suape

     XIII Congresso da APLOP | Cerimónia de Abertura | Murillo Barbosa

     XIII Congresso da APLOP | Cerimónia de Abertura | Abraão Vicente

     XIII Congresso da APLOP | Cerimónia de Abertura | Jucelino Cardoso

     XIII Congresso da APLOP | Belmar da Costa | Curso de Introdução ao Shipping

     XIII Congresso da APLOP | Joaquim Piedade | Zona Franca do Dande

     Constituição da APLOP - João Carvalho (IPTM) e José Luís Cacho (APP)

    Constituição da APLOP - João Carvalho (IPTM) e José Luís Cacho (APP)